"Nzambi a tu bane nguzu um kukaiela"

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Diáspora e África - (Sundjata Dikembi Keita - U.C.P.A.) 30/AGO/2016

As vezes tudo parece obstáculo, e mais ainda, tudo parece perdido. Nossas lutas, magoas, nossas perdas nossos erros; tudo nosso, até a solidão é nossa. 
Como já disse o irmão Diop “só temos um ao outro” uns aos outros, por isso tudo é nosso. 
Essa unidade entre nosso povo é o que nos faz forte, sem ela não há resistência possível, sem a unidade só resta a insistência patética. 
“Ninguém se preocupa em salvar o mundo, estando em desespero” (Marvin Gaye) por isso temos que acolher os nossos desesperados. Existe a necessidade de transcender os dilemas em prol dos nossos. Amor, paz, vida, liberdade, não tratamos aqui de poesia romântica, o enunciado é não ser possíveis ou viáveis essas palavras e atitudes entre os pretos (as). 
Onde estão nossos argumentos a favor do amor, da paz, da vida e da liberdade dos nossos? 
O Pan-Africanismo nos dá a direção certa e nos fortalece. Assim como uma árvore, buscamos forças nas raízes, e o tronco forte sustenta seus diferentes galhos, que por sua vez dão seus mesmos frutos para a vida. Assim é o Pan-Africanismo. A África somos nós, homens, mulheres, jovens, idosos, claros e escuros e o dilema principal multireligiões, todos pelo reconhecimento de uma causa. Provar desta unidade e conhecer a sua dimensão é uma escola que abrange todas as crises existenciais e prepara melhor os nossos para a vida. Os problemas do povo preto, devem ser resolvidos pelo povo preto, não há legitimidade em outro povo resolve-los. Em quase todo lugar do mundo (ou no mundo inteiro) os problemas de um irmão preto serão os mesmos, não importa se é homem, mulher, jovem, idoso se é rico ou pobre nem mesmo sua religião importa para a sociedade, a sua cor determina seu lugar no mundo branco, e sabemos que integração e mesmo inclusão, não é união. 
Portanto voltando-se para o pan-africanismo os obstáculos políticos, religiosos ou geográficos que separam o povo preto, primeiramente devem ser enxergados para assim serem transpassados, essa é nossa busca, a unidade do povo preto. Uma unidade possivelmente real e sem constrangimentos, então, podemos voltar a sonhar. 

Sundjata Dikembi Keita (U.C.P.A.) 30/AGO/2016

Nenhum comentário: